25.12.13

Blanche 8: Expectativa - Eric ou Nick?

Enfim, sábado! Peter iniciou seu declive pela penosa trilha “Deus me livre”, que plantou pedras soltas para ele. Resta a deleitosíssima solidão para Blanche.
Não forçará as expectativas; caso Eric não suba, é vez de Nick, o melhor amigo da garota. Ele é o único membro familiar alfabetizado, e lhe abre horizontes através de diálogos e leituras em voz alta.
No início da adolescência, permaneceu em internato, por um biênio, na cidade grande mais próxima, de nomenclatura indígena. Em tradução aproximada: “Corda-Bamba”.
O termo conflagrado é devido ao fato do antigo lugarejo ter recebido, como quem abre a fenda à Lúcifer, os primeiros povos brancos àquela região. Foi um início esmolambado. 
A cidade conta agora com quase 5.000 habitantes, possui uma tecnológica linha telegráfica, e reivindica uma ramificação da via férrea. Inúmeros povoamentos orbitam-na, invejosos. 
Nick obteve experiências e conhecimentos atípicos à sua limitada comuna, tornando-se um rapaz urbanoide, ícone entre seus pares. Um conselheiro e confidente, com força política. 
Adquiriu alguns livros, que conduz sob as axilas. Ao principiar uma leitura, logo um círculo é formado ao redor. Homens analfabetos correm a perplexidade ao longo da pele, tentando compreender a lógica daquele emaranhado de rabiscos. 
Somente ele conhece (parcialmente) o pesado segredo de Blanche e Eric. Assustou-se pela artimanha dela, utilizando Scott para pinguela nesta aproximação, e viu criança florindo de Eric... 
Então solicitou a ela, que em sinal de respeito, nada dissesse a seu adorado sobre a estrepitosa revelação. Nick é de uma imensa tolerância e generosidade para com a vida alheia. Digerirá aos poucos.
A basbaque paixão deste par faz-se transparente, contudo todos supõem ser dela pelo “Esposo” Scott, e dele por sua falecida Alexia, ainda a perdurar após tantos anos finada.
Alexia morreu de parto tão jovem, levando consigo a filhinha num diálogo sofrido; algo típico por aqui. Estão enterradas embaixo daquela amoreira de troncos contorcidos, na última curva da trilha. Era seu local de predileção.
Após longo e difícil trabalho de parto, a menina nasceu sem vida, era grande... a mãe então, sentindo uma enxurrada a transpassar-lhe, foi se esvaindo na hemorragia, até perder-se, para o desespero traumatizante da família e agregados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Em breve haverá resposta.